Revista de Vinhos – n.º 237 – Agosto 2009
«Novidades» «PARA A MESA»
16,5 Casa do Valle Grande Escolha Branco 2008
A primeira grande vaga de vinhos “de quinta” em Portugal nasceu na região dos vinhos Verdes, em meados dos anos 80. A Casa do Valle foi um dos muitos produtores da região que “arriscou” no engarrafamento próprio, em vez de continuar a vender as uvas para grandes empresas ou cooperativas. Duas décadas depois (o primeiro vinho saiu em 2009), e ao contrário de muitas outras quintas congéneres que ficaram pelo caminho, esta empresa agrícola da família Sousa Botelho, continua no mercado e com ambição para chegar mais além.
A Casa do Valle situa-se em Cabeceiras de Basto e estende-se, protegida pelas serras do Barroso e Alvão, pelas encostas do rio Tâmega. São 55 há de vinha plantada maioritariamente com Arinto, Azal, loureiro e Alvarinho, para além de outras castas brancas e tintas. Estas últimas servem sobretudo para a produção de um rose, que se estreou na casa em 1992, tendo sido uma das pioneiras da região nesta categoria de vinho. Em Abril de 1996, como complemento da actividade vinícola, a Casa do Valle inaugurou uma casa de Turismo rural (com cinco quartos) e Enoturismo.
Ao longo dos últimos 20 anos, a Casa do Valle tem vindo a crescer em área de plantada, e desde 2003, ano em que plantaram as primeiras cepas de Alvarinho, aposta nesta variedade tem sido cada vez mais entusiasta. Hoje são 15ha de Alvarinho, que tem sido objectivo de várias experimentações em termos de altitude e tipo de solo. Este primeiro Grande Escolha, que visa comemorar os 20 anos de da Casa do Valle, tem 20% de Alvarinho, sendo base formada por Arinto e loureiro.
Revela um aroma muito delicado e elegante, combinando sugestões florais com frutos citrinos, ananás, nuances minerais. Na boca é mais vigoroso do que sugeria no aroma, mas sempre com a finura a percorrer toda a prova, a fruta limpíssima e fresca, a acidez limonada no final longo e revigorante. Delicioso bebido já, tem tudo para ainda crescer na garrafa.
É um vinho perfeito para acompanhar um robalo assado no sal, mas também não enjeita sabores mais intensos, como arroz de marisco. LL